RASTRO DE ESCRITO
RASTRO DE ESCRITO
Vejo-te
agora no chão
com riso
alegre de flor;
sinto a mesma
emoção
pois faço-te
com amor.
Sinto-te
o cheiro de terra
úmida
da brisa
noturna;
mas o sol,
no alto da serra,
anuncia
a aridez diurna.
Leal
é a nossa
amizade,
desde existências
remotas;
há sempre
a utilidade
de nos acharmos
nas rotas.
A sintonia
que nos irmana,
baseia-se
no bem moral;
versamos
a fala humana,
pelo escrito
artesanal.
O chão
participa
do labor,
que inspira
a arte do agora;
chão que
sente o calor
e o frio;
e no ar
se evapora.
Sobre
o chão
nos achamos;
nos ocupamos
com o tecer
da arte
escrita;
já nos doamos
decerto,
a quem
nos quer ler.
Ah, esse chão
que nos move,
num afã
que nos dá prazer;
esse influxo
que não remove,
nossa parceria
para escrever.
Sabemos
a valia
do instante
que nos une,
por amor à arte;
cada um,
é um viandante,
que sempre
se comparte.
Cada chão
que pisamos,
fica um rastro
de escrito;
e sempre
nos dedicamos,
ao teor
poético bendito.
Chão
que inspira
poesia;
poesia
no chão achada;
poema feito
com alegria
pelo poeta,
no chão
de sua morada.
Adilson Fontoura