RONDÓ DA VIRGEM BELA
Virgem bela, veja o lírio
De vestido branco e puro
Nele finda meu delírio,
Minha noite e meu futuro.
Em cismar de vez, aturo
Suportando este martírio
Eu preciso em neste escuro
Tua luz e teu colírio.
Promissor quem foi, Virgílio?
Mas provou da desventura
De vagar em grosso exílio
Devaneio e amargura.
Eu banhado na fartura
Já não seca o teu auxílio
Preservada de candura
Definida por concílio.
Tua mão que doce espalma
De consolo e sumo bem
Renascendo em minha alma
Uma cova nesse além...
Como tu não há ninguém
Que o prazer do corpo acalma
Sem desculpa, porém sem,
Porque és a viva calma.
Virgem bela, veja o lírio
Que vesti, tão branco e puro
Revivendo o teu colírio
Tua luz em grande escuro
Sem haver mais desventura
Venha ser minha futura
Para eu ser o seu futuro.
Baixa Grande 20/03/2020