Finitus status-sede
O tenro hábito de fatigar-se no
tanger do corpo ao escasso tênue ladrante
estado de criar
(cria-se a análise sensória, o mastro solene, a
inércia de lábaros rasantes, a hora custosa de
suor e
o ouvido aguçado)
Levou-me a, uma vez mais,
exaurir-me de reproduzir a
roda denteada de artelhos
viciados em rodar.
Dispus as espáduas em curva pedante
- Piedosa, ó piedosa estrela, cuspa em mim
teus raios de estúpida doçura.
Clemente, consola meu
esquálido hábito manso, rasgado, com a fuligem do
aço, serena Estrela muda.
Despi meus braços calados, calos
de silêncio e tráfego,
de reger a espátula raivosa,
o papel-lápide, o carmim-estábulo
de gente mórbida.
Larguei, larguei a estúpida retórica,
o grito infindável dos mortos de
sobrecasaca, que me teciam a campainha
célere do despertar de todas as manhãs.
Por um instante: larguei; e os mortos
esquivaram-se da melindrante corda de guinar, e
declararam-se oficialmente mortos.
Ah! Que bela manhã de robusta escória!
Roda-se a engrenagem das máquinas de preguear.
Lá fora, um vento industrial lembra-me
que a vida mantém-se estática.
Os homens choram, os homens riem,
os homens devoram e gozam sem
nada dizer.
O córrego leitoso das horas anima-se a
seguir rompendo a hipotenusa do enfadonho espaço
O Nada, irrisória provisão de víbrions coléricos às
gargantas fatigadas de balbuciar
conglomerados de vacuidade: grave,
jocoso vazio;
Segue-se sempre, o mesmo despropositado absurdo.
E eu me encerro, cansando-me do obtuso ritual dos
bodes engravatados.
Dever-se-á!
A sede infinita!
Estábulo de caixas herméticas: erga-te agora! A sombra irrisória e trêmula clama por Ser! e amontoar corpos pálidos que lamentam a penúria dos vales.
Giram um festim de rosários para o
Nada continuar a ser
Nada.
Por ora, retiro-me disto que sou
E canso-me de erguer o livro.