Distante Reino
Guardei ao coração
A rosa ardente da espera;
Em cadeados d'ouro tranquei-o.
Segui para a vida
Acreditando inda retornar.
Das ilhas longes idealizei
O brilho que o tempo dá.
Mas meu coração na volta
Se perdeu no completo mar
Que te esperava ardente
Na saudade infinda e crescente
Que é-te sonhar.
Terras, mares e, céus
Em meu peito abrigou a saudade.
- Terras, mares e, céus caminhei.
Num impeto de grandeza
Sangue e barro enfrentei
Pela esmera da certeza
Dias eram noites sem luar.
Mas ainda o ouro de meu coração
Luzia Rubramente, Impetuoso,
E, num ato glorioso de querer,
Ergui um castelo ao alto do monte
Para poder te enxergar.
Teci cantigas e canções,
As teci pensando em te enviar;
Mas veio a Maré alta e brava,
Torcendo os carvalhos, as vagas,
Da fúria num torpente alto
Que tem a fúria do Mar.
Meu mensageiro morreu
Com o recado, tão bem tecido,
Tão bem guardado; escrito:
"Não poderei mais voltar".