LUSCO-FUSCO
LUSCO-FUSCO
O céu da minha meninice
Era azul e assim continua
Quem sabe seja perpétuo
Mudaram-se as minhas cores
E meus olhos
Castanhos opalescentes
Indiferentes a luzes
Chegados a trevas
Desprovido de prazer
De ter e ser vivo
Parece sem sentido
Apenas inspiro e expiro
O ar que me mantém
E açula a chama
Que em lusco-fusco
Quer apagar-se enfim