Máscara

Dorme à sombra e flâmula

A orla branda e branca,

Rútila de orna e oscula,

Lábios de cidra, carranca;

Pétrea do antigo sentir.

És tu, augusta, imensa,

Guardada sob a extensa

Luz, que vejo então partir -

Alma minha que se parte.

São seus olhos, túnicas

De bronze, luzes cínicas,

Que dorme a fina arte,

Que toma-me ao ar repleto.

Escamada de brilho vibra,

Sons e sonos, como a víbora

Que foge, mas dá o perpetuo

Veneno àquele que se aproxima.

Esbaldada vens tu e germina

À áurea que ao céu predomina,

O azul coração que se exima.

Dorme à sombra e flâmula

A orla branda e branca:

Rútila de orna e oscula,

Cingindo os lábios de carranca.

Jeffe Risvali
Enviado por Jeffe Risvali em 07/12/2020
Reeditado em 09/12/2020
Código do texto: T7130110
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