AOS VENTOS
Para ouvir o silêncio
das palavras,
acolhemos a voz
de dentro,
como se um sopro
ressoasse
o mais fundo de nós.
Há que soletrar gestos,
e adivinhar olhos
nas linhas das mãos,
nos seus mínimos contornos.
Alguns ventos traduzem
e anunciam
imprevisíveis versos.
Entre o secreto silêncio
e o escutar-se,
vivamos além do espaço
que nos circunda,
como se bastasse
os ventos e as palavras,
mais profundas
porque é preciso ver a chama
infinita
desses puros olhos de vida!