Crítica à Razão Pura
Em meio a um dia de intenso trabalho, quando a razão se vê dona de tudo, eis que, sob as cinzas, vêm-me um sentimento intenso, alma infinita que me habita, inconsciente de mim: meu eu profundo - velho desconhecido de tantos anos.
E me lembra que a vida é breve e os dias, curtos; e o que de mais belo há é o saber-se vivo, é o esperar por minha amada que chegará da rua, o recordar minha história e as pessoas que me ajudaram a compô-la, e o sorriso dos meus filhos que resume a beleza do mundo.
Ainda que deva pedir que a razão me ajude a não morrer de ser-só-eu, é à minha sensibilidade que agora peço para não deixar de me fazer agir sem rédeas, como ela bem sabe. E que sempre, em meio à frieza da existência, seu perfume me entorpeça, e eu deixe de ser para ser-me realmente.