DANTE PÓS-APOCALIPTÍCO (PT.1)

**********

INFERNO

Não sei o que é

que esse povo vê

nisso aqui…

Cadeiras…?

As pequenas e insistentes

moscas, e os casais

que pagaram

por dias felizes.

compensando os outros

trezentos e cinquenta

e tantos que passaram.

O céu parece uma

tela azul, de filme

que retrata o Paraíso.

mas é o inferno que persiste

e luta… e que por nós, insiste.

E ele invisível…

Ele chega chupando

a serotonina e mastigando

os sorrisos das pessoas.

Ele vem em forma

de antipatias e bactérias

templos e futilidades.

Ele vem com cara de sexo

vem com peitoral definido,

carro importado, coxas grossas

cara de tédio e roupas de grife.

Vejo um homem

com tranças no cabelo

e ele não teme a morte…

Ele…

Eu vou me levantar

agora e continuo

o poema em minha casa…

Que é Purgatório.