TELA
Pintei-te com cores de ilusão,
Usei traços finos e delicados,
Para uma boa razão,
Timbrar-te em papel,
E dar-te a mistura de canela e mel,
Pintei-te com íris brilhantes,
Entre sonhos distantes,
De uma fértil imaginação,
Pintei-te nua e com inspiração,
Delírios de uma arte sem igual,
Pintei-te ímpar e natural,
Cada detalhes ínfimos de ti,
Esse corpo escultural,
Essas curvas e contracurvas,
De encantos e formosuras,
Pintei-te bem na minha mente,
Para ter-te sempre presente,
Mesmo quando estás ausente,
Mesmo quando ousas calar,
Pintei-te para a saudade matar,
Esse inocente olhar,
Esse rosto angelical,
Sua expressão de ternura,
Pintei-te com a pura mistura,
Sem censura,
Pintei-te para acalmar,
As minhas loucuras,
Quando te busco no a(mar),
Suspiros e suores também pintei,
Ousei-me usar a sensualidade,
Dessa tua jovialidade,
Pintei-te com fervor e vontade,
O desejo que em mim arde,
Razão que sempre me invade,
Pintei-te na noite ciumenta,
Em que quase procuro resposta(s),
De que um dia possa pintá-la fora da imaginação,
Pintei-te na negação do não,
Isolada noite de solidão,
Nessa hora fria em que foges,
Pintei-te para aquecer-me a alma,
E preencher o vazio da cama,
Pintei-te com toda fama,
Pese embora não seja artista,
Pinte-te em verso, tal igual aos poetas(...)
(M&M)