Mais um risco no calendário
Mais um risco no calendário
No meio da aridez de ideias,
De falsos palpites e de vidas desencontradas,
Olho a estrada sem acção,
Tanto faz, ir a direiro ou contra-a-mão,
No fundo a estrada podia acabar já ali,
E às vezes o peço como benção, tou cansado de seguir,
Outras vezes podia encurtar o destino,
Fazer algo mais simples já que se vai sozinho,
Outras vezes desfaleço sem vontade de olhar o mundo,
A quem também pouco importa se estou no cimo ou no fundo.
Hoje amanheceu o dia com as palavras longínquas de algum conforto,
Um alerta, para me manter hirto e não abandonar o posto ,
Uma mensagem diluída no meu emaranhado de pensamentos,
Que sem glória, não tenho nem coragem a quem me apresento,
Fiquei sem nada, talvez sem o resto do muito que me faltava,
E não vislumbro saída do labirinto,
Nem nas palavras, nem no sorriso com que vos minto!
Nenúfar 14/10/2007