Lembrando

No aperto do meu quarto,

escuto musicas urbanas,

rock e MPB,

não importa o ponto comum de quem é

mas a comunicabilidade lógica de cada um.

Não sei porque

sempre em órbita,

solitário no armageddon do meu espaço,

eterno na certeza de que tudo ira mudar,

eu, você, o mundo,

o sonho de um sonhador.

Sem explicação,

você no encontro dos caminhos perdidos

no tempo, ao seu lado,

vivendo agora o amor,

rindo das canções clichês que não entendemos,

chorando pelos encantos descobertos e não vividos.

O mundo não é ninguém que devemos desprezar,

o amor não sei se sinto,

brinco para não desesperar,

na vitrola musica sem parar,

sem compromisso coerente com a emoção,

solitária na intuição daquela voz roca,

da noite que filosoficamente não compreendemos.

O firmamento vazio de estilos,

destruído por segredos guardados a sete chaves ,

sem estrada poética dos mortos,

sem compromisso de fé,

para se enfurecer por causa de nossa loucura,

é pura especulação de nosso valor.

Sempre lembrando no aperto do meu quarto,

enfim descubro na insanidade das realidades,

vencida pelo medo dos cantos esmagados no peito,

no meio dos relâmpagos e trovões descobrimos

que a vida não para nem que morramos de saudade.