A NOÇÃO DE LAURA
Houvesse o clarão dos dias que se tornam longos demais, perene sem nenhuma forma. Um elo para a doçura de Laura ao seu ente que se foi... A tudo que morreu com ele, diria ela ao acordar. Ao levantar do luto.
Se foi diria a platéia, que consola como quem ama o morto muito mais ao emprestar o ombro para o vivo; estranheza seria andar com passos largos, frisando a noite e contando os dias que se foram tão cedo.
A dor de quem perde é a morte nascendo todos os dias, quando se lembra do que já teve e não tem mais! Os românticos escreviam bilhetes assim, porque na voz não saia da maneira da qual esperávamos.
Laura, a platéia, os românticos e escarnecedores; sofrem todos pela vida ou pela morte, seriam todos inteiros como ela foi um dia. Sem distração, sem tormenta. Enfrentando o que tem que ser enfrentado e amando a incalculável noção do tempo.