Arte(s)manha
Quadros falsos
Picassos mal pintados
Boca torta
Olhos esbugalhados
Cotovelos com dobras impossíveis
Narizes toscos
Mostrando buracos incríveis
Vendidos como arte moderna
Para quem nem barraco tem
Só uma morada mais tosca que pedra
Para guardar essas telas
Moradias só porta da frente
Sem janelas
Furos nas telhas
Que não mais inspiram os poetas
Porta sem tranca
Porta sem tramela
Que se costumam abertas
Para que lhe grilem
Que usem delas
Façam-lhes seus prostíbulos
Usem suas desventuras
como suas bandeiras
como suas telas
expostas ao sabor dos ventos