O poema à parte...
Se foi, deixou em mim sua melhor parte
O sorriso que fortuitamente saiu como escape
E o aroma de absinto, uma “nuance” a arte
Fui testemunha, de sua ira
De uma doçura que abate
Não sei, se fui o azar ou sorte
Para mim, foste o que não tive, o norte
Uma voz a tramitar entre sons no tempo
Nunca mais pude, ouvir seu silêncio
Fui a presa sem abate...
Aquela dor que não parte...
Hás de se lembrar, das manhãs não vividas
Das noites, desejosas e desejadas
Dos arroubos sem medidas
Hás de se abraçar aos meus murmúrios
Se julgar e condenar, pelos pensamentos impuros
E quando tombardes na madrugada
Não haverá calor que o aqueça
Como a poesia declamada...
Talvez até me ofereça
Como a lembrança que o afaga...
Ema Machado. 28/11/2020