DIARIO DE BORDO
Embarco mais uma vez rumo ao sonho
Parto e deixo o amor na pedra do porto
Destino incerto de quem navega torto
É minha sina enfrentar ventos medonhos
Infindáveis noites de tormentas me atingem
Dias terríveis de inquietos temporais
E nos raros sonhos e lembranças do cais
A esperança renova-se entre miragens e vertigens
E quando o tempo muda e veste-se de sol
O céu azul anil é um imenso manto
A noite estrelada, um teto de encanto
E em meu delírio rumo ao litoral
Vejo o continente crescer no horizonte
A saudade acumulada, impregnada de sol e mar
As luzes da cidade me enchem o olhar
Quero um abraço de resgate e um beijo embriagante.