GENTE BICHO
Recuperado
o pergaminho dos tempos,
restauradas
outras camadas
muito mais antigas
por detrás dos mitos,
a origem das origens.
Tempo em que bicho era gente
e gente era bicho
e se refletiam nos espelhos
das águas do perspectivismo.
Somente os xamãs
que sabem voar
nas asas dos ventos,
falar a língua das onças
e dos mortos
podem traduzir
seus sentidos.
E recolocar
através dos ritos,
a pretérita humanidade
dos bichos,
a animalidade dos homens
gente-bicho-gente-bicho
na circularidade dos tempos
na reflexão sobre a vida.
Outro olhar
sobre o outro
sem as lâminas
da barbárie.
Edir Pina de Barros.
Tela: João Sebastião (MT)
Recuperado
o pergaminho dos tempos,
restauradas
outras camadas
muito mais antigas
por detrás dos mitos,
a origem das origens.
Tempo em que bicho era gente
e gente era bicho
e se refletiam nos espelhos
das águas do perspectivismo.
Somente os xamãs
que sabem voar
nas asas dos ventos,
falar a língua das onças
e dos mortos
podem traduzir
seus sentidos.
E recolocar
através dos ritos,
a pretérita humanidade
dos bichos,
a animalidade dos homens
gente-bicho-gente-bicho
na circularidade dos tempos
na reflexão sobre a vida.
Outro olhar
sobre o outro
sem as lâminas
da barbárie.
Edir Pina de Barros.
Tela: João Sebastião (MT)