UMA OUTRA MULHER

penas de revoar anoitecer e trazer o sol

olhos de iscar palavras fisgadas, sem anzol

pureza de antes do fim, no começo da Era

coisa que escapa da roda para os confins da terra!

ela é feita de um véu, que sem vento, esvoaça

do raio de lua oferecido que pela porta ultrapassa

de uma carne que brilha diamante na névoa

(talvez seja de alguma parte ignorada de Évora)

de uma outra alma que bailando, se estilhaça

quando do amor a dor não passa, não passa!

mas só vê quem tem a sorte

quem cultiva a vida, não a morte

quem abre a palma e descortina

um beijo universal na boca da menina...

betina moraes
Enviado por betina moraes em 27/10/2007
Código do texto: T712043
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