UMA OUTRA MULHER
penas de revoar anoitecer e trazer o sol
olhos de iscar palavras fisgadas, sem anzol
pureza de antes do fim, no começo da Era
coisa que escapa da roda para os confins da terra!
ela é feita de um véu, que sem vento, esvoaça
do raio de lua oferecido que pela porta ultrapassa
de uma carne que brilha diamante na névoa
(talvez seja de alguma parte ignorada de Évora)
de uma outra alma que bailando, se estilhaça
quando do amor a dor não passa, não passa!
mas só vê quem tem a sorte
quem cultiva a vida, não a morte
quem abre a palma e descortina
um beijo universal na boca da menina...