QUANDO ELE SE FOI

Ah, meu amor

A dor em meu peito é inevitável

Já não posso conter as lágrimas

Que circulam meus olhos

O frio tomou conta de todo o espaço

Onde antes havia calor entre nós

Enrijecendo meu peito

Tornando escuro o nosso dia primaveril.

Não há mais estrelas em meu céu

Sem o rubor da tua face

Teus lábios agora esbranquiçados

Beijam a minha saudade

Deixando o gosto amargo do adeus

Em minha boca.

Nossos sonhos se desfizeram

Em uma linha continua

Onde a continuidade entre nós

Não é mais uma realidade possível.

Meu choro me sufoca

Angustiando meu espírito

Já não encontro razões para alçar voou

Sem tuas asas aqui

Junto as minhas.

O tempo do lado de cá

Perdeu o significado

Quando do meu sorriso

Usurpou tuas cores

Fazendo do meu olhar

Uma tela vazia e fria.

Sinto uma forte desejo

De embrenhar-me na noite

Que adentrou o teu corpo

E nela fazer morada

Ao lado da tua solidão

Na esperança de amanhecermos

Um lindo dia ensolarado.

Mas realizar tal desejo

Seria um ato inepto

O destino poderia nos tolir

Então, por ora

Vivencio o meu luto

Em companhia das lembranças

De quem me amou até o último suspiro.

Você.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 25/11/2020
Reeditado em 05/04/2021
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