Canção de Vitória

Estou em silêncio

Estático

Sem gritos, inerte

Até ensaio murmúrios

Tímidos lamentos

Manifestos encolhidos

No turbilhão do tempo

Que passa lento

Esmagando o eco

Que pensei ter por dentro

Calado, mas inquieto

Enquanto a escassez prolifera

Há banquetes pífios

Com a carne dos mais fracos

Coreografias tétricas

Ante o fogaréu faminto

Mas após tudo destruído

E os lagos opacos

Seguirão seu destino

A lata do lixo

Da história imperdoável

Mas os que restarem

Cantarão sobre o resto e corpos

A canção renitente da vitória