A Sá Carneiro
Era um azul, eu vi, da cor de deus!
Nem tudo é perdição, só eu, falhei;
E não pude sonhar os sonhos meus.
Mas era azul de além... de deus, de rei!
Nem tudo foi em vão, eu fui, só eu!
E errei por tudo em quanto eu falhei:
Não fui azul, nem cor, tampouco seu.
Mas fosse um ser azul o ser que amei
E agora eu não seria dispersão!
Vivi sem norte, errei, eu era Sul;
A vida é sempre sim, eu? um sempre não.
Lamento, não fui dor nem emoção;
Cansei, hei-de ser deus, de ser azul!