Buscas e Deslizes

Sob meus pés, degraus de pedras.
Escarpada subida, quase irreal,
Enceno a vida, as densas batalhas,
Ainda luto por um ideal...
Ganho edemas e flores azuis-lilás.

Ao longe, longas cercas de arame,
Infindáveis trilhas, fontes quase secas,
Quero concatenar as idéias inquietas, e
Quase morro soterrada, deslizando
ladeira abaixo...

Escorrego sobre o solo arenoso,
Quase me estatelo pelo chão.
Da floresta desfolhada, ora nua,
Não pela neve, e, sim, pelo homem,
Impassível ante a natureza agonizante.

Despirmo-nos é preciso!
De vaidades, egocentrismos, 
Iras e luxúrias vãs.
Sigo em meio a essa selva,
Com irreverência e obstinação.

Corrigir o rumo, deitar estacas,
Nas trilhas, pelo mato, entrelaçadas,
Em ruínas ao sol, o sossego
Espero...  Busco arrego num fio
De sombra de emaranhados cipós.


                                                      Poetisa: Izabella.
                                                           Foto: Izabella