LENDO CECÍLIA MEIRELES, O FIZ...
Por mim e, por uma multidão, inclusive você.
Neste momento, invisível sou tua visão,
Vejo passarinhos lá no alto
Enquanto tristezas no chão.
Não sei o porquê de tanta alegria,
Eis que aqui é solidão.
Se teu caminho é sem cor
É uma linda “pintura”, mas sem vigor,
Caminhos vazios, parados “rios”.
-Somente a cachoeira do alto dos olhos
O único movimento nessa falta de “vento”
Que constrói esse “chão”.
Que queres tu de mim? Eu sou assim...
Tu me vês tristeza, mas em minha “mesa”,
Só tem sorrisos, esses que friso só pra mim.
À lá Cecília Meireles. Construo a desconstrução.
A desilusão de muitos... Sob a pena de um.
O choro ou o canto, eu não sei!
Talvez os “berros” de corações.
Sei que vais dizer: que poesia triste!
Que bom saber que não há em vós,
Dias de solidão!
Porque aqui e agora, sou muitos...
Menos eu mesmo, porque não estou lá,
Nem cá, estou além...
Ênio Azevedo