UM PAPEL EM BRANCO NA BANCADA DO JORNALEIRO
A vida não arde e eu sinto falta
de quando o peito rasgava.
Do perfume que vai me ganhar.
Do rosto da desconhecida.
Desses detalhes
que irão me perturbar de saudade.
Eu não sei em que estrada encontrá-los
ou quando irá virar a esquina.
Sei que vai arder quando
a carne
estiver no fogo.
Então vem depressa que o relógio
não entende de falta...
Como a boca que não sabe
o gosto da água
que irá matar a sede,
mas,
quer beber.