Tormentos
Tristeza na face minha que sente
As fagulhas acesas do bem querer,
Afundadas na pele e fazendo doer
A ausência num coração descontente.
Mesmo quando ao redor há tanta gente
Com os olhos da angústia, eu posso ver
Todos os rostos, sem conseguir entender
Multidão que faz a solidão tão presente.
Fugir quem me dera da fúria da tempestade
A espreita rugindo como um animal aterrador
Que somente de carne e sangue se satisfaz,
Fugir sim, do tormento desta dura saudade
Sangrando em gotas pequenas minha dor
Que impiedosa não quer deixar-me em paz.