Vaidades de vaidades ou vidas em amor.
Na vida vivida corrida, tudo se foi no tempo.
Alguém um dia me disse te amo, tanto, tanto.
Mas o tanto, no entanto findou no destempo.
Chorei, enquanto outros riam do meu pranto.
Na vida corrida vivida tive amigos, colegas.
Que se diziam fiéis e leais companheiros.
Mas em sua pandora guardavam as pegas,
E na hora da dureza se foram bem ligeiros.
Na vida corrida vivida tive parentes, família.
Que me abraçavam cheios de amor e riso.
Mas cada deslize, cada tropeço foi quezília.
Para o fio do machado do seu verdugo juízo.
E hoje olhando o tempo ido do que não ficou.
Entendo o dito do sábio: tudo é hebel, habel.
Hálito vapor que finda no tempo que se soprou.
E no mar da vida somos um pequeno batel.
Com duas rotas a seguir; ir, a chorar o desamor,
E naufragar na ilha da morte que tudo finda.
Ou espalhar pela vida corrida o ágape amor,
Que nos levará a ilha zoé, onde a vida é infinda.
(Molivars).