A TAÇA
Olhei a taça. ( Frenética tremia!)
Que néctar puro, tão tépido, divino
E transparente, ali tremeluzia
A provocar-me ardor tão repentino?
Vi-a luzindo (minha ânsia consumia!)
E fui sorvendo o néctar cristalino...
Embriagava e porém nem percebia
Que aquele néctar luzente e tão fino
Tinha um travo de fel e de veneno.
Compreendi então por fingias
Fosse o amor um néctar tão ameno...
Enquanto o bebia com doçura,
Com sarcasmo e desdém tu me sorrias
Ofertando-me o cálice da amargura...