Luar vestal

Arrebol descerra; vem lua vestal.

Eu olho. Os olhos acolhem doce luar.

Lua farol vaga no breu celestial;

Poeta iluminado se deixa quiar.

De nós surge a solidão fugida.

Triunfal reprimida angustia,

Que devassa a alma aturdida,

E por fim absolvida; em anistia.

Sei que sonho, poder sonhar é tudo.

Refletes do sol a luz advinda.

Reflito as agruras do Ser sisudo.

Espelho intimo, fundo: dor finda.

Lua és visceral alusão comovente,

Plugada nas entranhas sensitivas

Do assaz remil poeta onipresente.

Luar e poesia: lectias perspectivas.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 15/11/2020
Reeditado em 29/11/2020
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