Luar vestal
Arrebol descerra; vem lua vestal.
Eu olho. Os olhos acolhem doce luar.
Lua farol vaga no breu celestial;
Poeta iluminado se deixa quiar.
De nós surge a solidão fugida.
Triunfal reprimida angustia,
Que devassa a alma aturdida,
E por fim absolvida; em anistia.
Sei que sonho, poder sonhar é tudo.
Refletes do sol a luz advinda.
Reflito as agruras do Ser sisudo.
Espelho intimo, fundo: dor finda.
Lua és visceral alusão comovente,
Plugada nas entranhas sensitivas
Do assaz remil poeta onipresente.
Luar e poesia: lectias perspectivas.