2 anos nas estrelas...

Na estrada,

Numa noite calma,

Na estrada,

Chovia um pouco, um sereno,

Na estrada,

Era o começo de um inverno,

Na estrada,

Os pássaros buscavam onde dormir,

Na estrada,

A lua era encoberta pelas nuvens,

Na estrada,

Sentia um pouco de frio,

Na estrada,

Confesso que arrepios me veio,

Na estrada,

Algumas estrelas dançavam,

Na estrada,

Um vento morno me tomou.

Uma luz azul,

Apareceu por cima de mim,

Uma luz azul,

Senti um pavor e um terrível medo,

Uma luz azul,

Era do tamanho de oito luas essa coisa,

Uma luz azul,

Ondas de brumas dançavam em volta,

Uma luz azul,

Todas as estrelas foram ofuscadas,

Uma luz azul,

Parecia um sonho em pleno meio dia,

Uma luz azul,

Uma porta do tamanho de um estádio se abriu,

Uma luz azul,

Quando sete seres da minha loucura eu vi descer.

Era um luar,

Onde eu estava? Que frio era esse? Que perfume bom...

Era um luar,

Acordei numa mesa de prata reluzente,

Era um luar,

E umas tantas pessoas vi ao meu redor,

Era um luar,

Eram pessoas que ao mesmo tempo eram e não eram,

Era um luar,

Seus olhos lembravam a raça asiática, só que mais exóticos...

Era um luar,

Um aroma rico de flores das mais puras senti...

Era um luar,

Os seres que lembravam fêmeas não sorriam... Eram belas.

Era um luar,

Os seres que lembravam machos eram indiferentes.

A coisa mais linda,

De um dia que não terminava,

A coisa mais linda,

De praças que lembrava pérolas,

A coisa mais linda,

Das muitas estrelas reluzindo ouro e safiras,

A coisa mais linda,

De seres infantis em roupas de anjos,

A coisa mais linda,

De flores que tinham olhos e faíscavam prata,

A coisa mais linda,

De uma sensação da total perca da felicidade e do sofrimento.

Essustado com o paraíso,

Eu não lembrava mais de onde era,

Essustado com o paraíso,

Me deleitava no prazer da aurora um tanto sexual...

Essustado com o paraíso,

Acordava nas delícias do perfume florante...

Essustado com o paraíso,

Eu conseguia voar nos campos azuis...

Essustado com o paraíso,

Eu me perdia na doçura do discurso das donzelas inteligentes...

Essustado com o paraíso,

O fogo do amor aflorou ao bom libido antes efêmero...

Essustado com o paraíso,

Não me angustiava mais o tempo, eu dançava...

Essustado com o paraíso,

Onde o luar nascia outrora, agora era um majestoso sol...

Essustado com o paraíso,

As musas andavam ao véu em beleza castas...

Essustado com o paraíso,

Nesse mundo todos irradiavam uma aura plácida e cálida....

Sou um ser?

Que caminhei com anjos ou seres perdidos nas estrelas?

Sou um ser?

Nunca tinha recebido na vida tamanha dádiva ou loucura,

Sou um ser?

Cada manhã era tarde e, cada tarde era uma noite, não havia tempo...

Sou um ser?

Não mais sentia medo... Não conheci lá a violência...

Sou um ser?

A minha alma era unida com toda a natureza,

Sou um ser?

Não existia som que não fizesse sentido para ser ouvido...

Sou um ser?

Clarins de flauta melódicas enunciava que a aurora iria mudar...

Era uma eterna tarde,

E naves brancas passavam rápido,

Era uma eterna tarde,

Alguns seres usavam capacetes transparentes...

Era uma eterna tarde,

Algumas fêmeas andavam completamente nuas, não havia tesão...

Era uma eterna tarde,

As crianças subiam em elevadores para irem de encontro as luzes...

Era uma eterna tarde,

O vento era frio e causava ganho de energias...

Era uma eterna tarde,

Nunca vi nenhum anjo(?) comer nada.

Era uma eterna tarde,

Os passarinhos parece que falavam uma língua somente deles...

Era uma eterna tarde,

O colorido do céu me causava entorpecimento.

Era uma eterna tarde,

Cada ser daquele mundo tinha o mesmo cabelo liso,

Era uma eterna tarde,

O vento sobrava sempre da mesma banda do sul... Eu tinha enjoos.

O céu de brilho verde,

Os seres me levaram para a grande luz; em quê me senti absorto.

O céu de brilho verde,

A vida era de uma terrível bruma no meu espírito...

O céu de brilho verde,

Cada semblante era de contemplação aos sóis da aurora matinal...

O céu de brilho verde,

Eu desmaiei de enjoo e febre senti querendo ter vontade de fome...

O céu de brilho verde,

Os olhos dos seres me contemplavam com curiosidade...

O céu de brilho verde,

Eu estava sendo absorvido pela sensação de pobre mortal?

O céu de brilho verde,

Meu coração em palpitação sentia saudades da Terra e do sol.

Seres que oravam no silêncio,

Um porta se abriu na minha mente ao som dos pensamentos,

Seres que oravam no silêncio,

Pela primeira vez eu ouvia a voz do universo,

Seres que oravam no silêncio,

Os anjos me levaram para as câmaras do limbo,

Seres que oravam no silêncio,

Eu vi outras pessoas lá; só que dormiam num estado de pleno orgasmo...

Seres que oravam no silêncio,

Um porta se abriu num vislumbre de uma mulher belíssima...

Seres que oravam no silêncio,

Ela estava em roupas de atavios nobres e ao mesmo tempo atraente...

Seres que oravam no silêncio,

Fui adentrando numa sala de luzes muito forte, mas não me ofuscava.

O que eres sem amor?

Os olhos da donzela alva eram de diamantes... Tinha a íris um paraíso.

O que eres sem amor?

Ela me perguntou pela primeira vez se eu estava com sede...

O que eres sem amor?

A cada passo suas roupas iam deslizando no corpo; estava nua.

O que eres sem amor?

Os seios eram fortes, empinados, mamilos róseos; seios de cheiro bom.

O que eres sem amor?

Suas nádegas eram da proporção exata; eram travesseiros gostosos.

O que eres sem amor?

Sua vagina tinha pelos púbicos mostrando o poder da maturidade perfeita.

O que eres sem amor?

Ela olhou pra mim e sem atrevimento me beijou aflorando meu prazer.

O que eres sem amor?

Nunca tinha sentido tal coisa: E com gosto fui já na intenção de penetra-la.

O que eres sem amor?

Ela abriu as pernas e o cheiro do seu corpo nu me concedeu mais vida.

O que eres sem amor?

Sua vagina era ao mesmo tempo morna e quente: Lhe penetrei nove vezes.

Ó doce música,

Eu acordei restaurado,

Ó doce música,

O som da tarde iluminada fez cantar,

Ó doce música,

As estrelas numa mágica de ballet era um vislumbre,

Ó doce música,

As flores tinham um ecoou sem sim,

Ó doce música,

A vibração não parava e mais exaltava,

Ó doce música,

O sóis reluziam um gigantesco turbilhão de luz,

Ó doce música,

Era uma vívida realidade sem mais tempo.

Ó prazer sem luar

Eu transei com uma alienígena...

Ó prazer sem luar

Eu sentia mesmo assim saudades da minha atmosfera...

Ó prazer sem luar,

Onde eu poderia ver mais uma vez meu céu?

Ó prazer sem luar,

Eu estava cansado e parecia que estava ficando doente,

Ó prazer sem luar,

Queria beber de novo refrigerante, mas eu odeio refrigerante!?

Ó prazer sem luar,

Que saudade da minha namorada...

Ó prazer sem luar,

Que saudade dos meus amigos...

Ó prazer sem luar,

Que saudade do meu oxigênio, pois eu não sabia o quê respirava lá,

Ó prazer sem luar,

Novamente queria sentir fome.

Paz de mil dias,

No momento eu sentia muito sono.

Paz de mil dias,

Os seres olhavam pra mim sem expressão, mas estavam preocupados?

Paz de mil dias,

Nunca mais senti vontade de transar novamente, não entendi,

Paz de mil dias,

Os seres me disseram que um abduzido só transavam uma vez com elas...

Paz de mil dias,

A energia sexual depois de liberada naquele mundo nunca mais retornava.

Paz de mil dias,

Por mais que os anjos(?) fossem belos; eram frígidos depois da primeira vez.

Paz de mil dias,

Estava ficando doente, pois nesse mundo não existia calor...

Paz de mil dias,

Comecei a sentir febre nas mãos e na nuca, meus ouvidos doíam...

Paz de mil dias,

Eu pouco me alegrava com o charme daquele mundo agora.

Distância do tempo,

Meus olhos escureciam,

Distância do tempo,

Minha pele estava ficando com manchas vermelhas,

Distância do tempo,

Eu sentia muito frio e meus dentes doíam muito,

Distância do tempo,

Estava com os pensamentos turvos,

Distância do tempo,

Meus cabelos estavam ficando branco,

Distância do tempo,

Estava cada vez mais cansado,

Distância do tempo,

Mesmo assim tinham uma força que não me permitia morrer,

Distância do tempo,

Os seres me levaram numa recâmara onde tinham uma banheira posta,

Distância do tempo,

Me deitaram nessa banheira e, então eu dormi sossegadamente,

Distância do tempo,

Passou apenas um minuto pra mim; os seres me disseram que foram meses.

Só fantasias lá fora?

Eu adentrei numa escuridão sem fim,

Só fantasias lá fora?

Vi demônios rindo e dizendo-me que eu estava louco,

Só fantasias lá fora?

Onde fica o manicômio... Onde ficava a Terra... Quem sou?

Só fantasias lá fora?

Um sol monstruoso me engolia...

Só fantasias lá fora?

Insetos pulavam em cima de mim...!

Só fantasias lá fora?

Estava no mundo dos mais terríveis pesadelos,

Só fantasias lá fora?

Estou cansado...

Só fantasias lá fora?

Estou louco?

Só fantasias lá fora?

Estou perdido... Estou no limbo...

Só fantasias lá fora?

Anjos me chamavam...

Só fantasias lá fora?

E eu acordei numa mesa de prata pura revitalizado e com uma gosma.

Anjos de olhos esmeraldas,

Cada ser me olhavam curiosos...

Anjos de olhos esmeraldas,

Eles eram belos, afetuosos, mas causavam um certo medo no meu eu...

Anjos de olhos esmeraldas,

Cada ser olhou pra cima... E uma luz cálida me envolveu,

Anjos de olhos esmeraldas,

Eu estava curado do meu mau...

Anjos de olhos esmeraldas,

Lá fora a atmosfera não causava enjoos... E não mais sentia fome de fome,

Anjos de olhos esmeraldas,

Os seres voavam para naves velozes...

Anjos de olhos esmeraldas,

Estava chegando o momento da minha partida...

Anjos de olhos esmeraldas,

As fêmeas angelicais nunca vi sorrindo (isso nunca entendi) o porquê...

Anjos de olhos esmeraldas,

Talvez as emoções sejam um atraso somente pros terráqueos.

Anjos de olhos esmeraldas,

Uma grande lua desceu do além...

Anjos de olhos esmeraldas,

Sentia vontade de desistir de ir embora.

Anjos de olhos esmeraldas,

Mas, eu sabia que se eu ficasse lá nunca mais poderia ir embora novamente.

Dois anos nas estrelas,

Galáxia de Andrômeda...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia da Formiga...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia do Sombreiro...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia do Gafanhoto...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia das Xícaras...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia do Vértice...

Dois anos nas estrelas,

Buracos negros...

Dois anos nas estrelas,

Quasares... Turbilhões de asteróides...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia da Cavalo Rosa...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia da Sereia...

Dois anos nas estrelas,

Cinturões de Asteróides planetas....

Dois anos nas estrelas,

Mais buracos negros...

Dois anos nas estrelas,

Trevas e nuvens de gazes assombrosos...

Dois anos nas estrelas,

Galáxia da Flor...

Dois anos nas estrelas,

Alfa Centauro... Via Láctia...

Dois anos nas estrelas,

Portões do sistema Solar Terráqueo.

Nas cidades dos deuses.

Um mundo de perfume bom,

Nas cidades dos deuses.

Sem emoções aparentes,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha água,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha cheiro de poluição,

Nas cidades dos deuses.

As pessoas não gostavam de conversar, mas ouviam,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha bebida,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha armas... Não tinha bandidos... Não tinha pobreza... Não tinha ego,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha templos,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha religião,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha política,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha TV,

Nas cidades dos deuses.

Não tinha guerra,

Nas cidades dos deuses.

Sem uma natureza pra outra oportunidade pra fazer amor.

Nas cidades dos deuses.

Não tinham cheiro do corpo, não suavam,

Nas cidades dos deuses.

Tinham necessidades fisiológicas, mas não iguais aos dos seres Humanos,

Nas cidades dos deuses.

Não tinham livros, gravavam toda informação e cultura nas suas mentes.

Adeus para todos,

Aos campos de ouro e finos seres aéreos...

Adeus para todos,

As fêmeas de belos seios...

Adeus para todos,

Aos homens de olhar penetrante...

Adeus para todos,

A dia que não passava...

Adeus para todos,

Ao anoitecer que nunca vi...

Adeus para todos,

As crianças que não brincavam, apenas adentravam nas naves e não mais...

Adeus para todos,

Aos animais que não sei bem o que eram; lembravam raposas brancas...

Adeus para todos,

As muitas luzes da aurora...

Adeus para todos,

Os passarinhos que me estudavam no seus voos...

Adeus para todos,

Ao tempo infinito...

Adeus para todos,

Ao medo de não sentir nenhum medo...

Adeus para todos,

Ao luar que embriaga a alma e o inocente espírito meu...

Um inverno,

Onde estava eu?

Um inverno,

Acordei num canavial chovia muito,

Um inverno,

Ao longe vi uma bola gigantesca indo embora...

Um inverno,

Eu sentia muita dor.

Um inverno,

Estava morrendo de fome,

Um inverno,

Eu estava totalmente nu.

Choro ao regresso,

Não lembrava de mais nada...

Choro ao regresso,

Acordei num hospital...

Choro ao regresso,

Minha mãe e meu pai choravam muito...

Choro ao regresso,

Meus amigos também choravam...

Choro ao regresso,

Onde tu estava até agora Felipe? Faz dois anos cara...!

Choro ao regresso,

Minha namorada estava desmaiada...

Choro ao regresso,

Pedi alguma coisa pra comer... Uma canja de galinha...

Choro ao regresso,

Provoquei muito quando comi...

Choro ao regresso,

Todos me olhavam com certa pena...

Choro ao regresso,

Mas, sei que todos me amavam naquela hora... Estavam felizes por mim.

Choro ao regresso,

Muitos repórteres queriam falar comigo.

Choro ao regresso,

Sentia muita dor nas articulações...

Choro ao regresso,

O médico pediu repouso extremo pra minha recuperação... Eu dormi...

Choro ao regresso,

Uma enfermeira veio fazer os procedimentos pela manhã... E ouviu ela, eu dizer:

...Nunca mais voltarei para o mundo de Elanör... Saudades!

FIM.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 14/11/2020
Reeditado em 21/04/2022
Código do texto: T7111860
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