Vezenquando busco Elisa  Lucinda que é minha paixão
 
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(...) Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
 
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
 
É uma espécie de venda.
 
Uma espécie de encomenda que a gente faz
 
pra ter depois ter um produto com maior resistência
 
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
 
e fica feito a justiça: cega
 
Depois acorda bela
 
corta os cabelos
 
muda a maquiagem
 
reinventa modelos
 
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
 
pergunta ao teu eu: 'Onde cê tava? Tava sumida, morreu?'
 
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
 
de expersona falida:
 
- Não, tava só deprimida.
 
 
Elisa Lucinda - No Elevador do Filho de Deus. In O Semelhante, p. 205
Bravo Elisa! Bravo!
Elisa Lucinda
Enviado por ysabella em 14/11/2020
Código do texto: T7111551
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