PERTURBADOS

Tenho de pôr no dez o volume do meu silêncio,

remexer fundo o lodo dos timbres, das algemas

e emergir as mentiras antigas quase verdadeiras;

quero falar pelos cotovelos: eu mesmo, apenas.

E como é estranho alguns tipos de pensamentos

desta usina neuroelétrica do cérebro que elenca,

entre os miolos sangrentos, o outro lado do tempo

que escala, ao contrário, a medida do movimento.

Tenho de sair de cena de carona com um dilema:

o que há lá dentro que não deixa em paz o poema?