Prisão silenciosa
Caí, vertiginosamente
Afundei os pés na lava, no inferno
Contei meus pedaços espalhados
Senti o sangue amargo
Descendo pelas minhas entranhas
Nessa prisão silenciosa
O gelo seco, sufocante
Queima as narinas
Dilacera a carne
Mata a alma
O objeto de minha devoção
Feriu-me de morte
Sorriu com escárnio
Revelou seu lado sombrio
O rosto desfigurado da traição
Vendo a minha morte
De mãos dadas com o sonho
Pálido, amorfo, sem vida
O corpo ainda resiste
A alma insistente