Chama no peito
Nesses tempos obscuros
Difíceis, sufocantes
Encontro esse sopro de vida
Síntese de tudo aquilo
Que parece certo
Perfeitamente encaixado
Embora seja disforme
Vai se adequando como um rio
Mas não se limita
Pode surpreender
A cada novo obstáculo
São várias almas
Perturbantes personalidades
Numa existência só
Que não aceita, até se rebela
Contra as imposições
As tentativas de torná-la comum,
Previsível
Foi esse sopro que me sustentou
Que me fez enxergar
Um caminho, uma faísca
A chama que ainda insiste
Em se abrigar no peito
E é por ela que continuo
Sempre a sonhar