SOPRO DE POESIA

SOPRO DE POESIA

Ouço um sopro

de poesia

a qualquer hora.

Alguma alma sopra-me,

passando no vento;

algum sopro

de sonho me lembro agora.

Apenas sinto

que esse sopro

me traz um bom alento.

A poesia habitua-se

em me soprar o poema

em gestação.

Um sopro intuitivo do que vejo,

do que sinto, em cada

poético instante.

Viver sem esse sopro,

que me nutre a artística razão,

é como o meu viver

sem o bem moralizante.

Às vezes o sopro vem

da própria consciência.

Outras vezes,

sopra-me alguma alma amiga.

Ouço sempre o sopro

da Divina Providência.

Lembro-me desse soprar

poético noutra vida antiga.

O sopro poético

é o que me importa,

desde que o ouça,

o sinta com lírica emoção;

construo o poema

pelo sopro que me conforta

o estro voluntário,

que por amor,

cumpro esse labor de artesão.

Sopra-me, poesia!

Sei que tem ciência

de que te ouço, te vejo, te sinto,

e te seguro!

Sopra-me no corpo do poema,

tua inata influência

que te faz soprar:

pra mim, pro leitor,

a arte de teu sopro com apuro!

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 09/11/2020
Código do texto: T7107697
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.