Pesca dor
Arrematada a nau
Para navegar em ataraxia
Por águas suntuosas
Plácidas e majestosas
Tantos peixes soberanos
No rio a singrar
Saiba que aqui estou
Com quem quero estar
E quando por vezes
Transfigura-se ao caudaloso
Eu pesco a dor
Que alimenta em seu valor
E declaro: regressai tristuras!
Debrucem-te na cama vã
E me libertem a pescar
Miríades impossibilidades
Sou pescador de sonhos
Perdido entre as loucuras
Queimo em febre derradeira
Como quem anda, a tua procura