Escravos do tempo

Dói o bater das asas do tempo

Que voa tão depressa

E nos assola

Presos aqui no chão

Admirando seu vôo majestoso

Condenados justamente por elas

Aquelas belas asas

Que jamais poderemos ter

Roubam toda juventude

Todo vigor

Renovam-se ao sugar a vida

Seus rastros são nossos corpos

Agora murchos, vazios

Prontos para serem enterrados

Enquanto o ciclo recomeça

Novas vidas à disposição do tempo

Seu vôo é cada vez mais alto

Rumando ao infinito

Às custas da nossa finitude

As asas batem

Frenéticas

E não temos como escapar

Nós, escravos do tempo

Ele, livre a voar

Dancker
Enviado por Dancker em 06/11/2020
Código do texto: T7105089
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