TOQUE

TOQUE

Toco-me

na velhice

carnal

e alegro-me

com o viver

senil;

o efêmero

físico

é tão natural

quanto

a alma que,

em algum

momento

partiu.

Toco-me

na carne

gasta

e contento-me

com o que

ainda tenho

pra usar;

alma que

se serve

do corpo,

enquanto

lhe basta

esse viver

que morto,

apodrece

na morada

tumular.

Toco-me

na atual

encarnação

e usufruo-me

do edificante

viver;

o bom senso

me renova

a lúcida razão:

um dos

atributos

da alma,

eterno ser.

Toco-me

na vida

que um dia

vai morrer.

Vejo-me

como um

fruto

humano

gasto, maduro.

Não é ilusão,

que a alma

regenerada,

irá de novo

renascer

noutro corpo,

para nele

viver com

mais apuro.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 05/11/2020
Reeditado em 16/07/2022
Código do texto: T7104797
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