TOQUE
TOQUE
Toco-me
na velhice
carnal
e alegro-me
com o viver
senil;
o efêmero
físico
é tão natural
quanto
a alma que,
em algum
momento
partiu.
Toco-me
na carne
gasta
e contento-me
com o que
ainda tenho
pra usar;
alma que
se serve
do corpo,
enquanto
lhe basta
esse viver
que morto,
apodrece
na morada
tumular.
Toco-me
na atual
encarnação
e usufruo-me
do edificante
viver;
o bom senso
me renova
a lúcida razão:
um dos
atributos
da alma,
eterno ser.
Toco-me
na vida
que um dia
vai morrer.
Vejo-me
como um
fruto
humano
gasto, maduro.
Não é ilusão,
que a alma
regenerada,
irá de novo
renascer
noutro corpo,
para nele
viver com
mais apuro.
Adilson Fontoura