Memento Mori

Afio a faca perpassante

Nas pedras da elegia

Que desprendem melodias

Em gritos de agonia

Por que deixei passar

Tão belas alegrias?

Por que escolhi

Retirar-lhe a felicidade?

Agora estou velho

Cansado

Com minhas forças exauridas

E tão enfadado

Ah! O fardo devora toda paixão

E passamos a cumprir

Apenas dura obrigação

Na qual, por tanto tempo sonhei só...

E deitado no meão do quarto

Ouço o uivo das criaturas

Prontas a esgueirar

Peço-lhe, não me deixes aqui

Então, ouço o compasso marcante

Na porta a fustigar

E pergunto: - És tu Morte?

- Por favor, não me interrompas!

Com meu brio atarantado

Não pude escapar

Já não estava acordado

Meu espírito foi assim, voar

Diogo Nascimento Oliveira
Enviado por Diogo Nascimento Oliveira em 05/11/2020
Reeditado em 08/11/2020
Código do texto: T7104759
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