SAUDADE À PORTA

Já era tarde

Quando alguém bateu à porta

Era a saudade

Com um olhar carente

Cabelos desarrumados

E um jeans rasgado.

Surpresa

Desejei intensamente

Que ela fosse embora

Mas ela me abraçou

Atracando-se ao meu peito

Recusando-se a partir.

Tentei ser forte

Achar meu norte

Mas a quem eu quero enganar?

Meu coração sem direção

Ainda viaja em teu olhar.

Então

Mandei a saudade entrar

Abrimos um vinho

E sentamos para conversar

Mas ela só queria se aquecer.

Cheia de vontades

Tomada pelo desejo

Devorou-me o sono

Com o fogo da sua paixão.

Nos perdemos noite afora

E na manhã seguinte

Ela se foi

Levando com ela

As minhas certezas.

Deixando apenas um bilhete

Assinado:

— SAUDADES —

Em minha mesa.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 05/11/2020
Reeditado em 18/04/2021
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