CHANCE
Um rebuliço tomou conta do meu peito
Tudo se tornou nebuloso em torno de mim
O coração ficou bagunçado
E cheio de sentimentos vazios.
As dúvidas me atormentam
Como um mar revolto em dias de ressaca
Minha alma está sem brilho
Sem cor
E em meio a dor
Esqueço quem sou
De onde vim e pra onde vou.
Perdido nessa selva escura
De pensamentos cruéis
Não vejo saída
Nem mesmo um resquício de luz
Sinto apenas o vento cortante
Da noite fria sem luar
Que piedosamente me acolhe.
Sem esperança em meu fôlego
Cerro meus olhos e calo meus lábios
Já cansados de clamar
Lutar parece inútil
Estou exausto
Desisti de remar.
De alma entregue ao caos
Sinto uma mão me segurar firme
Me resgatando em meio as ondas
Me livrando do desespero que me entorpece.
De mim ela me arranca
Sendo cais
Sendo abrigo
Sendo amigo
E em meio a escuridão
Eu posso ver novamente o raiar do sol
Entre as rachaduras em meu peito.
Em meus olhos
Um novo dia amanhece
Enchendo de ar os meus pulmões.
Reaprendo
Outra vez
Respirar.