COSTUME DE VIVO
Minha família tinha o costume de visitar familiares e falar sobre os entes queridos que já haviam partido.
Numa espécie de ritual de não esquecer.
As reuniões na casa de vó, que já não existiam, só falavam do burraco que reside em quem fica.
Era nosso jeito de não esquecer.
Como se o homem tivesse o poder
de segurar aquilo que na mão não lhe cabe.
Tentamos abraçar...
Sem perceber que tudo que mora no ontem é um defunto a putrificar.