MENORES POETAS DO MUNDO

Todo poema de que você precisa,

está contido no caos da nulidade que você se torna.

Inquietudes, amenidades, trivialidades formais,

são pequenas mortes guardadas do lado da cama,

quando estar sóbrio, é insuportável demais.

Quem partiu, nem a sombra da saudade deixou.

Quem ficou, tomou do vinho do esquecimento, se calou.

Então por que esperar das coisas permanentes

nomes diferentes para dores que são todas inventadas?

Tudo mudou, foi-se aleijando, e virou um cubo.

E empilhado nesse imenso muro,

que separa o que deveríamos ter sido

e o que todos esperam de nós,

virou normalidade de um dia qualquer,

tentando se esquecer que a morte vai chegar.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 01/11/2020
Código do texto: T7101830
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