O MENSAGEIRO DO AMOR

O mensageiro do amor, o arrepio,

chega e avisa, se lança feito frio

e doma o calor, o vence, seu oposto...

O conheci quando pela primeira vez, te vi,

avançou sobre mim, como na flor o colibri,

subiu pelas pernas, atingiu meu rosto...

Parado estava, parado fiquei, em pose muda,

fiquei te olhando, foi um "Deus nos acuda",

senti na boca o amor explodindo, seu gosto...

Teu olhar abocanhou o meu, foi devorado,

o visgo tomou o corpo, o verbo ficou calado,

fui sacrificado, lia Faulkner, Luz de Agosto...

O destino selou minha rota, minha mão

tentou proteger, como escudo, meu coração,

o amor nunca envelhece, sempre disposto...

Hoje sou Rei sem reino, posto que a Rainha,

justa e verdadeira, sabendo-me dela, ela, minha,

viverei está vida de amor até que esteja morto...