O Fantasma

Ando pela casa como um fantasma.

Me oculto nos cantos e esquinas,

Misturo-me às sombras. Tua alma

Aprisiona-me no umbral, vitrinas.

Que há do lado de lá da solidão?

Qual a razão dessa língua felina

Atacar minha vida, minha paixão?

Porque a postura, a visão ladina?

Quesitos esquisitos não constroem

Ao contrário, destroem e doí muito.

Ainda ando furtivamente pela casa

Será que cruzei anônimo a fronteira?

Serei eu o próprio fantasma que temo?

Referência:

MALLMITH, Décio de Moura. O Fantasma (Poesia). In Vozes do Partenon Literário XI. Sociedade Partenon Literário. Benedito Saldanha (Organizador). p. 43-44. ISBN: 978-854558641-8. Porto Alegre: Partenon Literário, 2019.