Vésperas

Não é a terra que me fere

Quando ao chão eu me debruço

Mas o teu frio que queima

Arde, corta, sangra... maltrata.

São navalhas cegas e mudas

Quando ao sol cortam por dentro

São caminhos que se cruzam

Se agridem e se repelem

Sendo assim, só frigidez

Em seu cume calmo e quieto

Sendo vez, é descartável

Mensurável fim... momento

Quando arde é sentimento

Como brisa vai embora

Como dia é o agora

Sopro quente e solidão

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 26/10/2020
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