Arlequim

A minha mão tingida de nanquim,

Mancha minhas face de arlequim.

Entre riso, vestimentas e malabares

Pouco se sabe sobre mim.

Jogo o tempo pro alto

Escuto o passo no palco

Estico os braços no ar

E o corpo a rodopiar

Curvo-me sob holofotes

E esboço um olhar lôbrego

O meu olhar... ah, o meu olhar

É um mar a navegar

Dissipo-me de mim mesmo

Sorrio, busco algo que almejo

Trago a árdua tarefa de sentir

Tudo aquilo que não habita em mim.