BAFEJO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Ó mundo que brinca de céu e de inferno.
De traidores de Judas e de Jesus Cristo.
Aprendiz neófito de política sem caderno.
De vivaldino corrupto a demagogo malvisto.
Exala o bafo da derrota que se aproxima.
Diante do vento avassalador que passa.
Em cada bairro, praça, rua, casa e esquina.
Como o sol do meio dia que queima e assa.
O povo não esquenta panela com bafo.
Onda de convulsão sombria, ventania.
Das quatro luas, chega a hora do desabafo.
Encontro de contas, coragem sem valentia.
Lenha podre não presta para sarrafo.
Já diz o ditado que saco seco não fica em pé.
Discurso sem futuro, vírgula e parágrafo.
Porque todo jogo de baralho tem melé.