NEGRUME

Eis em que se resume

A existência desse mancebo

Que é jovem e parece sebo,

Pois viver do velho é costume.

Pior é que não se assume

E em sua vida edificou acervo

Das coisas antigas e o que percebo

É a zombaria que criou volume.

Estranho respirar esse azedume

Que fere o olfato e eu concebo

O tempo que produz esse esterco

É da vontade própria que se presume.

Eis o futuro... Que o gajo se perfume

Com o sabor execrável desse curtume!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/10/2020
Código do texto: T7095736
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