O Pescador
A alegria cresce dentro do peito,
Já se vislumbra um braço do rio.
A estrada ficou mais sombreada
E o cheiro do mato perfuma a alma.
Lá vai o menino,
Pescador de robalos, piau, matrinxã e curimatã.
Pescador de gente, de alma, de amor!
Pescador até de dor,
Pra fazer parar de doer a dor de amor...
Rio São Francisco, teimoso em não se entregar
Às vicissitudes da vida,
Nas mãos de morte do homem,
Recebe o menino-pescador para nele se misturar.
O anzol é ilusão de petisco para os peixes.
É a isca para atrair um peixe bom.
E as horas escorrem preguiçosas,
Não há tempo que caiba no pescar.
O barro, a água, o odor de rio e peixe.
O sol, o mato, o canto dos passarinhos.
O pescado, o balaio, toda a tralha do menino.
Tudo isso
É deleite para sua alma de pescador ribeirinho.
Dedico ao Thiago Modesto que é menino-pescador.