Perdi o medo




Amanheci sem querer pensar muito no futuro,
é que no passado recordo que nem vivia direito
pensando nos amanhãs e quantos amanhãs
encontrei e todos os amanhãs quando chegavam,
riam como à zombarem da minha ansiedade,
que vergonha eu sentia.

Muitos ' navios naufragaram na existência da vida,
eu que nunca tive coragem de fazer um cruzeiro,
preferi sempre voar pelos ares sem receio,
pois acostumada a assistir meus sonhos naufragarem
passei a ' temê-los, então...

Vivem criticando quem vive de passado,
e eu sou uma mulher do passado, muitas vezes prefiro
não sonhar, mas viajar nas décadas da minha
própria história, e quantas histórias tenho!

Voltando ao não futuro, mas ao passado,
lembrei da minha primeira máquina de escrever,
e da minha empolgação, quando deixei o meu
caderno de poesia pelas páginas em branco,
as quais eu ia sempre preenchendo com os turbilhões
das sempre loucas fantasias que me é peculiar.

Hoje quero sentir o medo do balanço do mar revolto,
vivendo, sentindo ....
Quero ir para o alto mar, vou pegar o primeiro navio,
os meus primeiros rabiscos, e o meu primeiro amor,
quero afogar.

Quero viver o meu amor de verdade.
Esse amor maduro, e intenso, a única sensação
que tenho, é essa vontade de olhar bem dentro
dos seus olhos, e quem sabe em novas turbulentas
ondas me aventurar, e ir para bem longe lá onde
só os meus sonhos conseguem chegar.

Quero ler os seus olhos de amor, e sorrindo,
não feito os meus antigos amanhãs quando chegavam.
Cheia de amor, quero para o meu amor dizer
que por ele, já perdi o medo .....
Encorajada, irei a qualquer lugar, pelos ares, por
terra, se preciso for.
Deixarei às marés as fantasias, me lançarei no mar.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 24/10/2020
Código do texto: T7095168
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